Sempre estarei buscando os meus sonhos

02 outubro, 2010

Amor, ódio: uma linha tão tênue.

Realmente desejo reler isso no futuro. Por isso, imortalizar-lo-ei este post por aqui.

Penso que o mau não atrai as pessoas por ele em si, mas pelo poder que ele aparenta dar.

Engraçado como as coisas que vem de fora: aparência, beleza. manipulação, sujeira... parecem tão mais sexy do que a prudência interior.

Afinal, manter-se casto e correto realmente é um imenso desafio quando se vive em um mundo tão sujo. Começo a compreender, compreendo muito bem...

Compreendo que as pessoas, hoje, já sentem a energia, novamente, da busca da imortalidade. Pena que seja a do corpo, e não a da alma.

De que vale um corpo sem alma? Uma vida sem saúde ? Uma solidão sem evolução interior ? Pergunto-me, e realmente começo a achar que nada.

Porém, como dito anteriormente, realmente é um desafio sobre-humano lutar contra a sua natureza animal.

Devido a isso, compreendo o motivo de Crepúsculo fazer tanto mais sucesso do que Crônicas Vampirescas da Anne Rice.

Nasce, por fim, o desejo humano de imortalizar o interior, mesmo que ninguém saiba, mesmo que seja inconsciente...

As pessoas não desejam mais serem vampiros e, sim, anjos. Daí compreendo o porquê surgiu Fallen. Analogias subliminares e ocultas me cansam a mente...

08 setembro, 2010

Serenata ao Luar

Podem me perguntar por que me interesso tanto por tudo aquilo que não é superficial. Podem questionar-me por que gosto tanto dos desafios, daquilo que é coberto por sombras. Mas eu posso, posso sim te responder.

Eu gosto de sentir o mundo. Eu gosto de conversar com o que tem vida. Mas eu sinto vida até no que, aparentemente, não tem vida. Isso que me faz feliz. Eu amo a humanidade, eu realmente amo os meus semelhantes.

Eu considero semelhante tudo aquilo que cruza minha vida. Eu preciso de um sol em meus cabelos (preciso ter cabelos, por isso). Eu preciso de um vento gelado em minha cabeça quente de tanto pensar. Eu preciso de palavras doces que alcancem minha alma, meu coração e os meus sonhos. Eu preciso de noites gélidas e cálidas para organizar tantos pensamentos.

Sim, eu vivo para e pelos outros. A vida inteira fora uma maldição, mas não sei se é mais.

Adoro sentir a grama tocar os meus pés, o ritmo da água fluindo pelo meu corpo, o fogo que arde a cada novo pensamento, a terra em meus ossos me dando tanto sustento. Eu sou alguém que sente, eu preciso sentir.

Eu adoro a fumaça que eu induzo para dentro de meus pulmões e revelam o sentimento que sinto. Sinceramente, eu não mudaria nada que já vivi até agora. Esta é minha introduçao, este é quem sou.

Eu sinto, eu não penso, eu não analiso, eu não observo, eu só sei viver se tiver como sentir.

Os astros, o conhecimento, o céu, os livros, as amizades, as risadas, os choros, não me importa. A cada segundo que passa eu preciso sentir a harmonia que há entre a minha existência e o sentimento universal.

Sinto muito, eu não sou alguém que preciso de teoria, tampouco de prática, eu não preciso de dinheiro, eu apenas necessito para poder respirar, para poder rir, para poder olhar, tocar, sentir, ouvir e ver, eu preciso é sentir. Este é o meu sucesso, e para isso, preciso de pessoas.

Vivo para e pelos outros, pois não há sentimento melhor do que um sorriso produzido por você, um olhar grato e humilde virado a você. Por isso eu sou um médico de alma, enquanto houver no mundo pessoas que necessitem do meu apoio ou da intervenção de meus talentos, dificilmente colocarei meus próprios passatempos criativos em primeiro lugar.

É pela empatia imediata que sinto com os desprotegidos que vivo, é para reparar o que está errado. Preciso trazer harmonia e beleza ao mundo. É para isso que existo, é para isso que respiro, eu preciso viver. Meu viver é sentir. Eu transpiro sentimento, cada poro de minha pele é um sentimento. Então se você quer saber o que se passa pelo meu coração e pelo meu cérebro, não são palavras intelectuais, ou milhões de conhecimentos de milhões de livros que li, tudo que se passa em mim são os sentimentos.

Sou como o vento, não há forma, não possuo identidade. Sou o reflexo das pessoas que convivem comigo. Se o considero meu amigo, seus sentimentos serão meus próprios sentimentos. A minha melhor qualidade, empatia e compaixão, é também o meu pior defeito. Por isso às vezes alcanço a exaustão e preciso manter contato com ambientes inóspitos para poder me encontrar novamente, o próprio vento é solitário, pois dá tanto ar aos outros, que precisa de seu descanso na altitude solitária. Porém, quando as pessoas sofrem com os períodos de seca, lá estou eu, o vento, a risada, a música querendo reviver cada coração ausente.

Eu nem curto lutar muito por mim mesmo, mas sou muito feroz quando meu instinto de proteção e meu senso de justiça são despertados em nome dos outros, em nome daqueles que realmente necessitam de alguma ajuda. Eu realmente preciso de uma causa à qual me dedicar, alimentando-a com meus ideais e com minha convicção de que todos os seres vivos merecem respeito.

Por isso posso dizer que hoje estou feliz, cantando à noite, cantando à vida, esta é minha serenata ao luar, pois me conhecer é o maior desafio que já me impuis. Mas estou cansado de ser tão auto-crítico, tão perfeccionista e rígido comigo mesmo enquanto sou tão paciente com a vida e com os outros. Por isso, posso dizer, essa é a minha introdução. Podem querer me colocar pra baixo, pra cima, o vento não possui formas.

Identidades visuais, fotografias desiguais, fluxos repentinos, sou um peregrino !

Sentimentos momentâneos, amizades espontâneas, é isso que meu coração vibra agora.

Sim eu choro, sim eu dou risadas, eu não ligo mais pro que vão dizer. A vida inteira apontaram o dedo para mim, mas hoje estou feliz, hoje estou transbordando sentimentos e não há nada mais valioso para mim do que transbordar sentimentos. Por isso ria, chore, se isso é um transbordamento de sentimentos do mais profundo de sua alma para fora, transborde ! Pois, pela primeira vez na vida, estou transbordando não por amor, não por alguém, mas por mim mesmo ! E eu não poderia querer mudar nada em mim, não neste momento, pois isto é a resposta do que se passa dentro do meu coração e do meu cérebro neste momento.

Sinceridade, direto, franco, honesto, transparente, é isso que sou. Por isso eu canto, canto à vida, canto à noite, esta é minha serenata ao luar…

Clow-Back[1]

26 julho, 2010

Não é uma questão de não tentar. Os erros servem para aprendermos. Com o erro, a culpa. A culpa serve pra repetirmos o erro que nos botou em encrenca, ou simplesmente voltar e aprender a seguir em frente.

Nós tentamos sempre e sempre ficar a par da situação, tomar o controle e fazer tudo ficar bem. Não contamos com o imprevisível, com as alterações emocionais, com a brincadeira dos karmas e dos astros.

A verdade é que tudo começa, cresce, atinge o seu ápice e cai. Cai de uma maneira colossal, épica, trágica. Eis a Lei da Entropia: destruição para reconstrução. Porém, o mais difícil para as pessoas é perceber em que estágio as coisas estão. Pessoas não estão interessadas em descobrir a si mesmas, elas querem conhecer o outro, o macrocosmo, antes de conhecer a si mesmo, o microcosmo.

Você só terá empatia em ver que algo não é ‘frescura’ diante da sua reação, quando você entender a sua reação. O segredo da empatia, acredito eu, está em conhecer a si mesmo, identificar-se ou, pelo menos, entender a força geradora de um sentimento, de uma força, de um acontecimento para, aí sim, saber lidar com isto.

Creio que estou na queda e, se eu realmente quiser produzir algo útil e que faça algum bem a minha própria existência, eu preciso reconstruir e aprender, chega de repetir tantos erros. Meu pai sempre disse: “Errar é humano, repetir em um erro, é burrice.” Talvez seja um tanto radical, mas é verdade. Precisamos errar, errar, e não importa se foi uma ou oitenta vezes, precisamos é aprender com os nossos erros. Com o erro, vem a culpa e o arrependimento, a dor. Mas esta é a função desses termos tão abrangentes e, ao mesmo tempo, vazios em significado: aprender a seguir em frente de uma maneira melhor. Não seríamos humanos se não errássemos, mas estamos voltando a primitividade se percebermos e nem sequer tentar erradicar.

Talvez eu esteja sendo muito radical e inquisitivo, intransigente até, mas não é isso. Todos erramos mil vezes, é verdade. O que quero dizer é que errei durante quase uma vida inteira em uma mesma ação, que não cabe digitar aqui. Porém, eu a percebi faz cerca de 2 anos. Continuei errando, sofri denovo, denovo e denovo. Estou farto de sofrer ! Preciso fazer algo para erradicar isso, e para eliminar a peçonha da serpente, é necessário sugar todo o seu veneno, eliminar o mau pela raíz.

Estipulei a meta. Estou árduamente tentando cumprir. Essa é uma semana de luta, de batalha, mas eu sei que irei conseguir. Sinto o fogo em meus olhos, a chama que alastra por cada poro de minha cútis. É natural que haja muito sofrimento, mas eu já decidi, e irei sofrer se não seguir algo que decidi.

Por muito tempo, permiti que os outros tomassem decisões pra mim. Só Deus sabe o quão difícil é, para mim mesmo, admitir isso. Mas é a verdade cruel: por muito tempo tive medo de magoar as pessoas e tomei as escolhas delas, não as minhas. E chega ! Estou cansado disso ! Com razão, ou não, sei lá ! Só sei que estou cansado. Eu tomei uma decisão, e por mais que doa, doeria mais (e eu sei como isso dói, pois já passei por isso) se eu não optasse pela minha própria opinião. É uma libertação, é uma dádiva que me foi concedida para recomeçar, para aceitar mudanças, para plantar sementes boas e erradicar as ervas daninhas.

Pois bem, este é meu desabafo matutino, e foda-se, nem sei o que estou escrevendo, deve estar uma bosta ortograficamente e legivelmente (nem sei se essa palavra existe), mas é isso.

Com força,

Morphir

25 para 26 de Julho de 2010 às 05h47.

20 julho, 2010

O lobo e sua presa

Não importa o motivo, seu único ímpeto é a destruição. Não lhe resta sentimentos, não lhe importa o grande acúmulo de sangue. O que ele deseja é a morte. Sua caça não é moral, virtuosa ou cumulativa. A única função de seus homicídios é ser o que é, seguir seus instintos.

Deparei-me, há pouco tempo, com a brilhante conclusão (de um grande gênio, é claro) de que o homem é o único animal que precisa descobrir qual é o seu sentido, o seu instinto, o seu motivo de existência. Não estou com vontade de devanear a respeito disso, só sei que concordo em número e grau. Destarte, venho questionando-me qual é o meu instinto, como posso erradicá-lo, como posso reparar tanto mal.

Não importa se o fogo causado por você é oriundo de um fósforo ou de uma bomba nuclear, o fogo sempre irá se alastrar por todo o local, queimando, convulsionando, dilacerando sem pena nem dó. Estragos não são mesuráveis, sentimentos não são mesuráveis. Não há mais competição ou comparação, há apenas a destruição, e não importa o tamanho, pois que o tamanho depende de seu referencial, o que é infinito.

A essência das coisas é que vale. A garota tornou-se uma vagabunda. Foi a maneira encontrada para tentar juntar pedaço por pedaço de seu coração devorado por ele. Está certa ? Não posso julgá-la, não sou eu (graças a Deus) que estou vivendo em sua pele. Todavia, é por este motivo que existem regras e toda regra deve ser seguida.

Mas não é também animalmente comum o impulso de transpassar limites ? Eis o horizonte antropológico. Porém, acredito que isso que significa realmente, e literalmente, ser humano. Lutar contra o lobo que habita em seu coração segundo após segundo, quer você esteja mergulhando na luz astral, quer você esteja vivendo aqui a sua personalidade.

Ultimamente, ouvi coisas que realmente machucaram o meu ser. Porém, um espelho que reflete, não pode protestar ou reivindicar direitos quando um outro espelho é exposto à sua frente. Doa o que doer, é necessário deixar a fratura exposta para a moléstia poder respirar. Isto não impede as ações do ar, dos micróbios, do oxigênio corroendo a carne morta. Seria um sacrilégio dizer que não há dor, mas é o que é. É com as dores que são geradas as cicatrizes: doces selos que, eternamente, lembrarão-lhe a lição aprendida. Eu gostaria mesmo é de saber selar isto no microcosmo.

De qualquer maneira, estou devaneando e, como dito anteriormente, não possuo este objetivo. Só sei que todo ato destrutivo afeta a todos em seu Universo. Os atos auto-destrutivos afetam apenas a você, ou talvez uma ou mais outra pessoa, mas a destruição ? Fere a todos que estão a sua volta. O lobo encontra-se farto de destruir todos a sua volta, em qualquer momento de queda. Ele deseja agora saber manter-se firme, forte como é, respeitável, grandioso, majestoso, opulente e imponente como é. Como prosseguir ? Qual é o seu diagnóstico ?

Lágrimas sem fim. A bola rola e rola. Não importa mais o risco de uma Avalanche ou de um Terremoto, qualquer mínimo movimento sempre será a alimentação de um estado que já se encontra caótico. Porém, eu sinceramente indago a mim mesmo qual é a solução para uma avalanche. Chego a conclusão de que, como tudo, é fundamental eliminar o mal pela raiz. Se cada vez mais as bolas de neve são formadas, é preciso eliminar a força geradora dessas destruições. Suicídio? De certa forma, pode-se dizer que sim. Mas assim como é necessário extirpar com a boca toda a peçonha tóxica da serpente negra e maligna, é mister acabar com o que produz isso. E o que é isso ? Mentiras. É necessário acabar com todas as mentiras, não importa o quanto doa, destrua ou rasgue a ferida já exposta. Qualquer coisa é possível de se passar por cicatrização, mas primeiro, é essencial que se elimine o veneno que destrói as células.

Redijo então, agora, às 4h14 de 20 de Julho de 2010, a minha lista de metas para a recuperação total da sanidade consciente.

  1. Explicar à gentil senhorita que se não chove em uma região, o vale não pode estar sedento de água, mas pode desejar apenas um dinamismo atmosférico. Desculpar-se, ouvir o seu triste desespero, mas explicar detalhadamente que não é por a grande mãe não ter despertado o desejo mútuo que não há sentimento, apenas não é recíproco em grau, tamanho e forma.
  2. Explicar ao cavalheiro que, em uma viagem conjunta, se um decidiu optar pelo caminho destro, não é um ato egoísta não poder acompanhá-lo. Qualquer decisão tomada de coração é, sem dúvidas, precedida de pensamentos sob todos os aspectos. Pode ser que doa ao senhor tomar ciência de que estão diantes de uma bifurcação, mas, de certo, vale mais uma escolha prudente e sem arrependimentos, do que um risco que leva ao abismo e a morte, onde o arrependimento e a escuridão reinarão eternamente.
  3. Começar e terminar toda a tragada sábia de sabedoria (não é pleonasmo, você sempre irá entender esta frase, não importa quantos séculos se passem), para adquirir a ousadia, o silêncio e a prudência. A razão não é um frio reptiliano, é o calor que acende a chama.
  4. Alcançado o mais profundo da toxina, irá realizar a tarefa mais difícil: publicar a verdade à Árvore, a verdade mais profunda e vergonhosa e, diante de seus méritos, sinceridade, compaixão e tarefas cumpridas, o mal não irá vencer.

Este é um texto para mim. Quando digo para mim, é do mais profundo sentido de ‘para mim’. Se você leu isso, perdeu seu tempo, pois foi escrito apenas para mim, ou seja, você jamais irá entender.

Luz e Paz no meu coração, a jornada é repleta de pedregulhos, obstáculos míticos que soltam chamas de seu coração. Não importa, irá vencer por ousar o que é certo e calar com discernimento.

Tenha uma boa viagem, Artur.

 

Depois de um tempo, aprende-se a saborear e gostar

06 julho, 2010

Esperança

06-Os-Enamorados[1]22
        Não sei como começar este texto. Temas abstratos, normalmente, são árduos para expressão humana. Talvez seja insanidade em minha mente constantemente nevrostênica. Talvez não. Ora pode ser por eu ser escorpiano, com ascendente em peixes e lua em virgem, ora não. Mas a verdade é que sou o que sou. Sempre tentando, desde que me conheço, conhecer a confusão que é a minha existência. Destarte, pode ser por isso que eu possua tamanha facilidade e apreço pelo incompreendido, pelo mistério, em ver o impossível como possível, naturalmente que materializam-se, tomam a sua quarta forma.
         Os pensamentos são essa materialização, o Imperador (4). Tomam sua forma, tornando-se imortais. Já ações, creio que são como o segundo arcano do Tarot, A Papisa, é o conteúdo da forma, mas podem morrer, podem ser mortais.
         A âncora Cristã (e não cristã) é formada pelo triangular:

                                                          Fé
    

                              Esperança                      Caridade

         Eliphas Levi dissera: "Todo poder mágico está no ponto do equilíbrio Universal. A sabedoria equilibrante está nestas quatro máximas: Saber a verdade, Querer o bem, Amar o belo e Fazer o que é Justo. Porque a verdade, o bem, o belo e o justo são inseparáveis, de tal forma que aquele que sabe a verdade não pode deixar de querer o bem, amá-lo porque é belo e fazê-lo porque é justo.
         O ponto central na ordem intelectual e moral é o laço de união entre a ciência e a fé. Na natureza do homem este ponto central é o meio pelo qual se unem a alma e o corpo para identificar a sua ação. Todo homem está destinado a atingir este ponto, porque Deus deu a todos uma inteligência para saber, uma vontade para querer, um coração para amar e um poder para operar."
         O mesmo se aplica a âncora Cristã: é necessário ter Esperança para o êxito, a Caridade para consolidação, Amor para a Fé e a Fé para a realização. Temos uma inteligência para saber que somos todos Um, logo, seguindo a Correspondência, sendo caridoso com o próximo, tornas-te caridoso por si mesmo; temos o sentimento de Esperança para querer, desejar, esperar e um coração para realizar tudo pelo Bem Maior, trazendo à tona o poder da Fé.
         Quando o assunto é abstrato, impalpável, é um sentimento ou se trata de misticismo, ou melhor, quando um tema trata-se de Fé, e não de Ciência, é como se estivéssemos em um infinito Oceano e, por acaso, um perdido companheiro pedisse para provar o horizonte. Não há como provar o horizonte. Encontrando a harmonia entre o seu ser, a sua existência, o seu coração, o seu sentimento, todo o seu ser interior com o exterior, prova-se a si mesmo a razão do horizonte. Mas isso depende de cada um, de seu coração, de sua visão.
         Todos nós vivemos em uma jornada infinita onde todos estão sozinhos, para poder descobrir que todos são parte de um só. Há certas coisas que para se falar depende, e muito, de suas vivências, experiências adquiridas. Não adianta o cego explicar a cegueira para aquele que nunca a teve. O verdadeiro sábio dá a resposta, mas selada em meio a figuras de linguagens, símbolos, para não retirar a oportunidade de escolha de quem o procurou. Gosto de falar de Jano, o deus menor grego das portas, das escolhas. Associo-o também ao arcano do Tarot dos Enamorados (6). Sempre que se segue um conselho, se retirar o livre arbitrio do locutor, não é um conselho, é um assassínio. Cada um precisa enxergar o seu caminho por si mesmo para que, no futuro, todos se encontrem na linha de chegada.
janus08[1]33

         A esperança consiste justamente na linha de chegada. Não importa o que aconteça, não importa as adversidades da vida, "enquanto há fé, há esperança". As pessoas que possuem diligência, fé, não desistem. Pode a chuva cair, mas qualquer tempestade tem fim. As pessoas sempre possuem a Esperança de conseguir alcançar o objetivo, o caminho que almejam.
         É um sentimento presente em cada um de nós, todos já a sentiram, sentem e irão sentir. Mas não há como explicar-lhe. A esperança, a fé, a caridade e o amor são intrínsecas, inseparáveis, pois é como um tripé: retirando-se um pé, todo o objeto encontra a queda.
         A esperança é a Luz, a Força que nasce dentro do mais profundo do nosso ser, desconhecido até por nós mesmos, que nos move, que nos dá Coragem para seguir em frente, para separar o Joio do Trigo, que nos dá foco para realizar, com êxito, nossos objetivos.
         No dia-a-dia, creio que a Esperança está em nossa Criação. Vivemos em um mundo frenético, louco, ávido pelo exibicionismo, pela vaidade, pelo pó, pelo materialismo, cada vez mais no fora, e cada vez menos no dentro. Acredito que a esperança, dentro de mim e, de certa forma, em todos, está em cada dia poder criar um refúgio a tudo isso. Em poder criar a própria personalidade, o próprio modo de ser, viver cada segundo de uma maneira nova, por meio de conhecer. Acredito que a Esperança nos leva ao amor próprio, uma vez que nos ensina quem somos, nos faz parar para refletir e fitar o quanto mudamos, amadurecemos, evoluímos e crescemos. Paramos para refletir nas interpéries da vida, e não nos momentos bons. E são nesses momentos de tristeza, de possível perda, nessas chances de recomeço é que se dá uma nova chance a si mesmo, e é aí que nasce a Esperança: de dentro nossos corações. Colhemos o que plantamos, disso todos nós sabemos. Mas é muito difícil refletir e encarar cada situação, cada ação, pois que, como dito anteriormente, o pensamento é imortal, mas a ação, mortal. Se nos isolamos para estudar, para nos entender e, depois nos sentimos sozinhos, não sabemos o motivo. É na tristeza que nasce a Esperança, uma vez que quando se está alegre, há uma aparente visão de harmonia, de sincronicidade, de objetivo alcançado. É na tristeza que encontramos os obstáculos em frente aos nossos pés, na estrada. É na tristeza que pensamos em parar e recomeçar, de uma nova maneira. Isto que difere a Fé, presente em qualquer situação, da Esperança, que nos conforta com a Fé.
         O que esqueço muitas vezes e, creio que todos devem ter momentos de queda, é que temos esperança e medo em nossa mente, onde oramos por alguém que seja iluminado e que possa nos dar seus poderes positivos. Mas, acaba sendo um pensamento como o de um dono de cão que dá um biscoito para agradá-lo, não precisamos querer agradar seres iluminados, rezamos para conseguir a aptidão de receber sua Graça incondicional. "Somos como uma bola de ferro impenetrável sem uma argola que possa ser fisgada pelo gancho de sua compaixão".
         Sempre tive um lema de vida que diz: "se está parado, faça caridade. Se está ocupado, ore". Acredito que o meu caminho para incorporar a Esperança de modo definitivo em minha vida irá se iniciar no dia em que eu realmente aplicar isso com todo o meu corpo e alma, que, com certeza, trará-me muita paz, serenidade, luz e sabedoria.
         Já foi dito, mas faz-se mister salientar que, sob a óptica espiritual, acredito que a Esperança é um dos alicerces da Fé, da Caridade e do Amor.
         Todavia, apesar de tudo, só posso usar a clássica frase: "Eu só sei, que nada sei", pois possuo apenas dezoito anos e tudo que eu ouso dizer saber e acreditar é apenas um grão de areia diante da complexidade e infinidade do Conhecimento Universal.
         Creio que, ao invés de uma dissertação, acabei por redigir um desabafo, um devaneio dentre tantos que vivem em minha mente. Espero que não tenha problemas com isso, e muito obrigado pela oportunidade concedida.
         Paz e Luz,
         Morphir


"Senhor dos Céus e da Terra! Abençoai nosso ideal, aqui e além,
…dai-nos o poder de entender a Vossa bondade, para que seja cumprido a lei.
…Dispensai o nosso ódio, para que haja alegria.
…Dispensai o medo, para que surja a coragem.
…Dispensai a inércia, para que nasça o trabalho.
…Consenti, Senhor, que o Vosso nome não fique em vão nos nossos caminhos,
…nas nossas atitudes e no nosso amor para Convosco, para com o próximo.
Ajudai-nos a aumentar a nossa fé, para que possamos doar esperanças,
…fazei-nos que nossa caridade de avolume, para que possamos doar paz,
…ajudai-nos a multiplicar a nossa fraternidade, para que possamos doar amor.
…E que, ao sairmos daqui, sejamos interligados pela luz, onde brilham as estrelas,
…ainda que distantes umas das outras.
…Que se faça a Vossa vontade e não a nossa!"
 Francisco de Assis

01 julho, 2010


Devaneios de uma mente desprisionando-se

Vermes que atravessam a pele por cada poro.
A múmia em seu desespero imortal.
Do que vale a eternidade
Se você está condenado ao horror da morte ?

Melodia nevrostênica,
Medo do predador,
Até quando essa loucura epidêmica,
Irá causar a criação do buscador ?

Pois aquele que conhece a si mesmo,
Torna-se um louco perante o mundo.
Porém, és um belo ufano
Diferente do profundo que não é oriundo.

De que vale a morte,
Se não investir na vida?
De que vale contar com a sorte,
Se não der a sua atrevida investida ?

Aqueles que não conhecem a si próprios,
Não conhecem o mundo em que vivem.
Debilitando o impróprio,
Não há mais aqueles que sobrevivem.

Louco tu és por matar,
Não por sonhar.
Louco tu és por agredir,
Não por exprimir e advir.

Esta é a Ode à Solidão,
Decrépita, Morta, Mumificada.
Pois não há abolição,
Se não houver a divisão de cada.

A Justiça é cega e equilibrada,
Todos hão de passar por Cronos,
Com sua foice maligna, sombria e justa,
Seu rosto de fêmea, que assusta e custa.

Mas não temas, gentil e pequena menina.
Cada um colhe o que planta.
Invista em sua argelina,
Que, de fato, encontrará sua manta.

Farto estou eu de digitar,
De pensar, de questionar.
Farto estou eu de surtar,
De chorar e de suplicar.

Se com a dor da alma e do coração,
A humanidade não quer me conceder o perdão
Mesmo fadado a solidão,
Eu que perdôo a mansidão, os meus irmãos.

Pois a Liberdade se conquista desintegrando a Prisão,
Quem pensa o contrário... bem, quem sou eu para julgar?
Mas de certo, o caminho há de ser muito mais em alucinação,
Do que, de fato, poder afofar e ajuizar.

Não sei mais o que se encontra no meu coração e em minha mente,
Encerro aqui o infinitésimo relato de uma mente em insano.
O mesmo laptop, a Lua que tanto muda, a Rosa que desabrocha arduamente,
O mesmo cigarro que mata, corrói e destrói, acarretando a transcendência do ufano.

20 junho, 2010

Ser louco és desejar a cada segundo, a cada instante de sua vida, que a morte se aproxime.
O louco não suporta o mundo que vive. O louco busca eternamente algo que não se encontra aqui, isso o torna louco.
O diagnóstico é de como se você se virasse ao avesso, retalhasse milímetro por milímetro, retirasse primeiro os órgãos, de uma forma tão torturadora que enlouquece de dor. Após o procedimento, retire cada tecido, lentamente, cada célula, até a destruição total de átomo por átomo.
Ao final da operação, pegue todo o seu Ego e toda sua Alma e os enrole, desenrole, recorte, cole, mexa e remexa em movimentos compulsórios e convulsivos.
Torna-se assim, a maldição do louco: viver a cada segundo, a cada instante da vida, o seu processo de execução.

Minha doce luz, meu eterno resplandecer de sonhos, de alegrias, de esperança. Trouxe-me fé, orientou-me para qual caminho devo prosseguir minha busca. Sinceramente, falando de todo o coração, desejaria desintegrar-me ao pó a cada segundo, a partir de agora, até a eternidade.
Compreendereis Abraão a partir do momento que executares tudo aquilo que é importante a ti.

Obrigado por cada gesto, cada doce palavra, cada olhar amoroso e penetrante. Tu irás odiar-me e não irá me perdoar, realmente crê que eu não possua essa ciência ? Mas isto, nem de longe, é maior do que a imensa dor que sinto e meu eterno arrependimento. Serás para sempre o meu eterno luar, o único e sincero amor que já pude e desejei ter.

As estrelas serão as testemunhas do fardo e da dor que desejei suportar.

As cartas viviam em um pandemonium, embaralhando-se e entrecortando-se, e está dada a cartada final. Desci às trevas novamente, olá minha doce solidão, olá horror e arrependimento. Amaldiçoado, abandonado por mim mesmo, tudo que posso desejar é a prova de que tudo vale a pena.
Acredite em mim, seja lá quem você for, largar quem amas por amor ao TODO é a tarefa mais ardilosa, hedionda, horrorosa, tenebrosa, assustadora, terrível, inadmíssivel que já consegui proceder.

Sob o calor do Sol, refletido por sua luz crescente, envolvente, quartenária e angelical, entrego-me ao Caos, para poder iniciar a criação.












Acontecer, não acontecer, por favor Hades, traga-me. Esse é o suplício de um louco que caiu, na fé de poder lançar-se ao mais alto do céu.

26 maio, 2010


Ando muito triste.
Meu andar, é caminhar.
Porém, sinto muita tristeza.
Minha caminhada não é um sentimento.
Ou seria o sentimento a minha caminhada ?
Tanto faz, como tanto fez.
Não importa mais se caminho
ou se estou triste,
pois o fato é que sou, caminho
e sinto tristeza.
O sentimento da alma distante de Deus:
Isso é a tristeza.
Não importa mais se ando triste
Ou se sinto-me triste
Pois a tristeza imperou no final.

O abstrato é belo, pelo apelo ao desconhecido.
O mistério dá gosto à existência.
Seria uma forma de morte,
Uma vez que a dança sublime é oculta ?

Não importa. Que a dor dance consigo, vou emergir. Não os deixarei apoderar-se de mim. Boa noite...

A clarividência é um dom, diria a gentil senhora. Eu a chamo de maldição, o tal do dom, por você acabar conformando-se com o que pode ser mutável. Trazer a imutalidade ao mutável não é uma escolha inteligente. Mas também, talvez os tolos busquem a inteligência. Vale mais a sabedoria do que a esperteza. Seria possível adquiri-la sem o inquérito inteligente ? Você sabe a resposta. Eis o segredo da maldição.

"Mas lembre-se, garoto: Um ato bondoso às vezes pode ser tão poderoso quanto uma espada. (...) Às vezes pequenas coisas podem se tornar realmente grandes."


A loucura parece insanamente e intensamente alegre e dolorosa. És um sentimento tão puro, nobre, mas tão repudiado. Seria um ato sábio aceitar a loucura ? Que as ninfas protejam o jovem, pois ele está sendo diagnosticado como louco...

25 maio, 2010



Mistério seduz minha mente. Perambulo entre ruas e avenidas apenas com um desejo: encontrar-te, suave harmonia da morte.
Como podes ser tão bela perto de todas as outras cousas ? Como pode possuir tanta sintonia e harmonia ? A brisa bate sob meus pés, meus sentidos não permitem sentir, mas eu sei, algo dentro de mim alerta que bem abaixo de mim há uma infinidade de criaturas que minha imaginação não é nem sequer capaz de prever. Não me importo. Caminho, trago o meu cigarro, meu fiel companheiro que a cada dia me leva mais próximo de ti. Meus olhos não são mais os mesmos, carregam velhice, dor e muitas jazidas de lágrimas. Meus cabelos foram, certa vez, finos e belos. Agora, oleosos e descuidados lutam contra o vento.
Esse é o estado de quem transcende. Para compreender o infinito, deve-se esquecer do finito. Ou nem eu sei o que estou dizendo, mas o fato é que somente com a dor e o sofrimento você consegue desapegar-se do mundo. Essa é o verdadeiro escape dos pessimistas, taxicômanos e depressivos: ligar-se a um mundo de aparentes trevas para desligar-se de um outro universo de pseudo luzes.

Não há como saber o que sentir. O casaco está pendurado na parede; o ventilador, desligado no canto. A janela sopra um suave convite para o céu, para o vôo, para a liberdade. Mas o que seria estar livre ? Ser livre nada mais é do que ter noção dos seus valores. Eu possuo valores ? Não. Você não possui nada, pois você é um vácuo. Vácuos não são capazes de possuir. Faz-se mister salientar que, sendo um vácuo, pelo menos você é quem faz o labor de limpar a bagunça das mentes. Você sabe, não é mesmo ? Eu sei que você sabe o seu futuro. Não é assim tão distante e raro de se imaginar. Não digo de coisas simples e voluptuosas como sucesso, poder, isso tudo é muito pouco e muito estúpido. Digo da insanidade, a fúria dos outros por verem o seu talento. Não são todos capazes de enxergar a si próprios, de enxerga-los. Foram pouquíssimos os homens neste planeta que conseguiram interpretar tais signos.

E a doce melodia recomeça. Era uma tarde de outono, o chá encontrava-se gelado. O que mais poderia ser quente ? Quando se está cansado da vida, a morte o visita retirando o calor. Anti-mônio para os demônios, tungstênio para a fortaleza. Do que adianta possuir teoria se você não conhece a prática ? Você tentou, você persistiu. Disseram-lhe que os grandes trabalhos são obtidos por perseverança, não força bruta. Será que sua perseverança não foi julgada como suficiente ? Provável... Mas não importa mais, você não se importa mais. Mesmo com os rituais, ou os poderes, você está farto. Farto de ter luz e não saber usa-la. Farto de ter conhecimento e não poder compartilha-lo. O mais irônico é que você chorou a vida toda por algo que, quando fora seu, você chora por ter. A vida é irônica, só sabe vivê-la quem poem o conhecimento em prática. Você tem o conhecimento, mas você não sabe interpretá-lo. Seus mestres o abandonaram, dizem para você crescer sozinho. Não julgue seus mestres, mas eu o compreendo, quando você lê que os mestres dedicam o dia ensinando tudo o que sabem para seus aprendizes, você sonha que isso seria com você. Você não é um aprendiz, você é apenas a escória do conhecimento. Os dévicos desistiram de você, os humanos então ? Nunca sequer gostaram. Você já foi um dia chamado de grande potencial. Porém, seus erros foram tamanhos que só com o recomeço terá salvação. Mas não chores por isso, jovem criança. Todos aqueles que conseguiram, tentaram e erraram tentando. O sucesso nada mais é do que o acaso, não é você quem define o sucesso.

Tal artrópode parece úmido, imóvel, imutável. Mas o que seria imutável ? A Natureza é tão grandiosa e você não sabe aproveita-la. Não foram os dévicos que desistiram de você, foi você que desistiu dos dévicos. Como você quer que quebrem uma Lei e se fodam por sua causa sem tentar ? As Leis não são quebradas nem marginalizadas, você que precisa se encaixar na lei. Todavia, eu compreendo a sua carência. O domínio dos elementos não é uma brincadeira de criança, e você é uma criança. Não creio que estejas no caminho errôneo, mas não custa nada tentar. Nunca percas a fé, jovem. É com a fé que a transmutação ocorre. Afaste-se de quem faz mal a você. Você sabe que fazendo o que queres, há de estar de acordo com a Lei. Mas você vê vê as pessoas se afastando e pagando. Seriam elas que não fazem o que querem ? Tantas dúvidas súbitas e letais, não é uma brincadeira, não é uma brincadeira...

As mentiras se vão tão rápido. Você se importaria se eu não tivesse o que dizer ? A minha luta está em ficar em silêncio, mas você não permite. Aliás, eu nem sei quem é você, mas obrigado por me fazer companhia. Lágrimas caem sob minha face e eu nem sei o porquê. Tudo o que desejava está em suas mãos, o que você pode fazer ? E o medo ? O medo da dor. Você conhece o fundo do poço melhor do que ninguém, você possui até a sua suíte vip. Mas e as pessoas com quem você se importa ? Elas só tiveram vagas passagens. É complicadíssimo o caso, ainda mais quando a responsabilidade está em suas mãos. O que você faria em meu lugar ?

Quando fico a pensar em não ser nada, o nada apodera-se de mim. Enquanto espero a doce lua aparecer, com seus brilhos de leves estrelas, vejo como faço parte de um vasto e obscuro mundo. E, nesses momentos que aparecem turvas imagens da beleza, meu espírito chora, em silêncio. Pois nada mais são do miragens, sonhos distantes, intocáveis, impenetráveis, irreais. Por que sou condenado a viver na irrealidade ? Pois, quando estou só, completamente só, vejo como a margem do obscuro é impossível de ser alcançada, e anseio imergir no nada, mas a hora tão sonhada cospe-me violentamente para fora.

O que é belo, há de ser eternamente. Pelo menos, é o que Keats disse. Há de se viver da alegria, que é eterna, e seguir a morte do presente. É o meu consolo para a volta dos sonhos, das séries de acontecimentos. Sujo-me, e é tudo sobre sabor, cheiro, toque, cor e mão na massa. Tamanha sujeira que faço é, na tentativa, de se limpar. Meus amigos dizem que boas intenções revelam um coração puro. Destarte, eu estaria bem. Minha mãe diz que de boas intenções o inferno está cheio, creio eu que concordo com ela. O que vale, para o Julgamento, são suas ações, não suas intenções. E, infelizmente, minhas ações são uma coletânea de podridões.

Não sei mais o que digo, penso e ajo. Melhor parar por aqui, obrigado pelo tempo que esteve comigo, ninguém.

My life...

20 maio, 2010

"Todas as experiências que fazemos passam pelo crivo de uma experiência original ou elementar. Essa experiência elementar consiste em um conjunto de exigências que servem como um critério de avaliação de tudo o que fazemos ou encontramos.
Às exigências estruturais do homem podem ser dados muitos nomes (exigências de felicidade, verdade, beleza, justiça etc) e são elas que nos põem em movimento, pois tudo o que fazemos e desejamos dependem delas. É a marca interior que os homens têm em comum uns com os outros: para além das inúmeras diferenças culturais, temperamento e gosto, todos ser humano possui essa experiência elementar que, traduzida e vivida das mais diversas maneiras, é substancialmente a mesma para todos nós. Todo ser humano, pelo simples fato de existir, afirma ainda que inconscientemente um desejo de felicidade, beleza, justiça, verdade – em suma, de realização total e plena, que é expressa muito bem na música “Comida” de Titãs: queremos algo a mais que a comida e a bebida, isto é, do básico para continuar sobrevivendo. Esta é a dignidade da existência humana.
Quem quer se tornar maduro sem ser enganado, instrumentalizado e escravo dos outros, deve se habituar a comparar tudo com a experiência elementar. É preciso aprender a não aceitar passivamente tudo o que a mídia e a moda nos apresentam: diante de qualquer acontecimento ou encontro, devemos nos perguntar se o que estou experimentando corresponde a nosso verdadeiro desejo de felicidade, justiça, beleza e verdade. Esta é uma tarefa nada fácil, pois a mentalidade dominante dos nossos dias tende a ditar normas de pensamento e comportamento, abafando e alterando os critérios originais dos quais somos dotados. E o resultado disso é a alienação e a distração com o nosso próprio eu, quer dizer com muita freqüência pensamos que desejamos algo e de fato quem deseja por nós é a mídia, o grupo social, etc. O trabalho todo neste curso pretende ter uma ajuda para se saber qual o desejo verdadeiro em cada situação que a vida oferece.
O desafio mais audaz a mentalidade dominante é tornar habitual em nós a avaliação de tudo à luz das nossas existências estruturais e não à mercê das reações instintivas de um momento ou de acordo com o que ditam os meios de comunicação de massa. Aquilo que cada homem tem o direito e o dever de aprender é a possibilidade e o hábito de comparar cada proposta com a sua experiência elementar: este é o início da experiência de liberdade". ~ Professora da Bruna de Antropologia Filosófica

Independentemente da cultura e bagagem que uma pessoa traz consigo, toda humanidade possui certas metas de vida em comum como amor, paz, justiça, boa aparência, entre outros. Este é o alicerce que sustenta a humanidade, a eterna busca por valores considerados ideais. O grande problema está nos grandes veículos de comunicação em massa que nos ditam idéias prontas para se pensar, eliminando a nossa liberdade de pensamento e da vida em geral. A experiência elementar consiste justamente neste ponto: saber diferenciar a opinião da mídia do nosso próprio pensamento, tornando assim, possível a nossa liberdade, uma vez que conhecemos o que realmente pensamos e consideramos.

Recentemente, com a Lei Anti-fumo, o cigarro é considerado o maior inimigo da saúde. As pessoas esquecem que se, por exemplo, alguém fumar 3 maços de cigarro por dia durante 3 anos, a pessoa não apresentará nenhum efeito grave como câncer ou necrose. Porém, se uma pessoa passar 3 anos de sua vida embriagando-se, ela irá apresentar loucura, poderá adquirir sérias doenças psiquiátricas e a saúde ficará extremamente debilitada. A opinião massiva associa o cigarro com sujeira, com morte, com asco. Todavia, esquece que o álcool é uma droga lícita muito mais letal onde a cultura permite livremente o seu consumo. Enquanto eu andava na rua, deparei-me com este maço de cigarro e este pequeno, mas complexo, pensamento veio em minha mente, o que o tornou importante pra mim, uma vez que acredito que passei pela experiência elementar, saindo da óptica comum.


Renovando-se com a morte de cada dia, encontro a sabedoria... pelo menos, tenho fé nisso.

06 maio, 2010

Um desabafo à minha antiga estrela do amanhã

Sei que é um pouco orgulhoso de minha parte, e soa até irônico, vindo de alguém que tanto criticou o seu orgulho. Por favor, compreenda, eu sofri muito. Possuo cicatrizes eternas causadas por você. Não tenho a intenção de te acusar de nada, não há certo e errado quando se fala de amor, e até porquê eu nem irei mostrar isso a você. Apenas como um desabafo resolvi redigir aqui o sentimento que agora está pulsando aqui como na velocidade da luz. Eu realmente não te conheço, mas não é uma provocação o que faço também, a verdade é que sempre quis te conhecer.
Quando o vi pela primeira vez, você era uma pessoa doce, gentil, romântica. Eu nunca conheci ninguém com aquelas palavras, aquele olhar, aqueles toques. Não sei se sinto saudades, provavelmente sinto, uma vez que sou um eterno carente. A verdade é que realmente amei você de uma maneira que me sufoca, até hoje não consigo compreender como fui capaz de amar tanto alguém. Hoje somos amigos, iremos viajar, iremos para o show, eu tenho consciência e nem quero que se repita tudo aquilo. Já é completamente contra os meus princípios ser seu amigo, imagina ainda sequer pensar na possibilidade de um recomeço. Mas... egoísmo, sadismo, masoquismo, sentimentalismo, orgulho a parte, ou melhor, sentimentos ruins a parte, a verdade é que sempre te admirei por aquilo que avistei ao mar. Tamanho carinho, preocupação, palavras, gentileza... aquilo era tão... dévico.
Eu só posso agradecer por tudo que passamos juntos, não sei como explicar. Eu serei eternamente grato por cada palavra, por cada gesto. E eu não quero lembrar de momentos ruins, de sentimentos ruins, pessoas frustradas e rancorosas vivem assim. Eu não desejo ser assim, sinceramente, abomino essa idéia. Apenas lembro do mar, as ondas na gente, a gente rindo, vivendo cada segundo. Os beijos escondidos por medo de alguém ver. O céu estava tão nublado, mas ao mesmo tempo tão aberto aquele dia ! O cheiro era tão marítimo, eu me sentia tão seguro, tão digno de ser amado, tão pronto para renascer...
Lembro das preocupações com minha amiga, deprimida, achando que nos atrapalhava. Mas... como descrever algo tão divino ? Era empático o que tínhamos naquele momento. Não precisávamos nos deitar, fazer amor, nem sequer nos tocar, apenas a presença, o fato de estarmos tão próximos, de tudo parecer realmente um sonho, aquilo valia mais do que qualquer prazer, do que qualquer palavra, do que qualquer olhar.
Eu não quero romantizar, apenas... é uma história romântica ! Nunca vou esquecer de assistir "Morte em Veneza" de mãos dadas, os planejamentos de sonhos, de viagens, de encontros, de amor. Você me ensinou a respirar arte, a viver o momento, você me ensinou como sentir. Você me ensinou a gostar de gêmeos, e só poderia ser com você, com mais ninguém eu conseguiria aprender tudo que você lecionou.
Porém, assim como o mar que tanto amei compartilhar a sua presença, você entrou de ressaca. Sugava-me, tragava-me, a violência. Comecei a conhecer uma face que não era você, minha consciência parecia até feminina, pois eu só me remetia ao passado, passado de gentileza, de empatia. Eu definitivamente não sou de viver o passado.
Agora, depois de tudo que já vivemos, discutimos, não tenho mais coragem de chegar e lhe dizer isso. Se apenas um aprofundamento de conversa já me deixou no estado em que estou, imagina então vencer distâncias e barreiras para dizer que a verdade é que tudo que aconteceu foi por eu conhecer uma fase negra, uma nebulosidade nessa praia. Eu não aguentei, era muito pesado para tanto idealismo romântico da época. A verdade é que eu sei que você é gentil, eu sei que romantismo define você, assim como sei que você vive o momento muito mais do que eu. Seria impossível para uma esponja espiritual, como você e minha mãe, mantermos algo tão a distância, ainda mais quando você convive com pessoas tão realistas. Porém, algo em mim, bem no fundo, diz que você é sim uma eterna brisa de primavera, completamente sonhadora, uma pessoa eternamente fora do ar. Em meio a tanto ar, para quem viveu a vida toda apenas na água, produzira tamanha maremoto ! Mas só posso dizer... como sou grato a tudo isso ! Hoje, de volta à superfície, sinto falta do sentimento. Mas só posso dizer que pude conhecer as profundezas, o fundo das trevas e voltar vivo, graças a você.
Você é o verdadeiro sábio, e eu tiro o meu chapéu. Preciso ainda aprender a devanear como você, a filosofar como você, a literalmente pirar como você. E eu sei, hoje, que sou capaz disso ! Você é literalmente a estrela que me guiou para isso. Eternamente obrigado, doce brisa, por ter passado em minha vida e a mudado de uma maneira tão radical.
Além disso tudo, gostaria de dizer e, do fundo do coração acreditar, que a verdade é que apenas conhecemos a casca um do outro. Eu não conheci o seu verdadeiro eu, que tenho plena certeza que é belo como o mais antigo conto de fadas, assim como você não conheceu o meu, que é mais nebuloso do que a mais antiga tempestade. Chego a triste conclusão de que mudei tanto no decorrer da minha vida que nada sei. Não sei mesmo. Não sei como penso, não sei como sinto, não sei como reajo. Talvez você sim que me conheça profundamente, mas não gostaria de acreditar nisso, isso me faria um pequeno monstro arrogante. Eu não desejo isso. Eu realmente acredito que possuo um imenso coração e uma capacidade para amar gigante. Acreditar ? Não. Disso eu tenho certeza, pois isso, eu aprendi com você.
Eternamente obrigado, novamente, por tudo. Um beijo cálido como a brisa do fim do outono, anunciando a chegada do inverno, que é o que sou, mas com sentimentos que a tornam mais quente do que a maior clareira do Olimpo !
Com muito, mas muito amor e gratidão,
Artur

À beira da janela, sonho.

01 maio, 2010

Anabelle

Em meio a tantos sonhos, aí está você. Suas madeixas cor de luz, em contraste com sua pele branca como a morte fora um dia. Aline, eu dizia. Por que praguejara tamanha maldição em meu despôr ?
Mesmo após a morte, eu sei que o seu coração continua puro.
Por favor, Anabelle, não me deixes. És tão difícil viver, és tão difícil carregar tanta culpa. Esse peso de assassinar tantas pessoas, de tantas pessoas chorarem por minha causa.

Um viajante da noite, é nisso que tu me transformaras. Perambulo, vagueio. Em meio a uma infinidade de cigarros e álcool, o seu doce cheiro apenas passa como uma leve brisa do sereno da noite. Apesar de tantas mortes, tanta culpa, o meu maior sofrimento é a sua falta. Você me chamaria de criança, pra variar, com seu gélido toque acariciando a minha barba, o meu pescoço e, por fim, daria-me um belo beijo. Apesar de tantos anos terem se passado, eu continuo mesmo sendo aquela criança. Dor dor e dor. Certa vez, um amigo disse que uma das cousas que mais digo é 'desculpe-me'. Isso me trouxe tantas lembranças de você, Anabeth.

Nesse vazio que a maldição tornara, sou agora um misto de lágrimas, fumaça, álcool, solidão, dor, culpa e vazio. Tentei preencher esse vazio com mulheres, com homens, com animais. E, agora, desejo a morte novamente, assim como no dia em que te conheci. Não agüento mais essa raça podre. Eu sei, tu me disseras: "No mundo material, tudo é fórmula, todos são arquétipos, tudo que fora um dia, voltará a ser. Tudo que és, voltará a ser". Eu sabia que chegaria denovo o antecessor do dilúvio, mas eu não esperava que fosse tão rápido. Essa raça tornara-se novamente podre, vil, com o único intuito de destruir. Por que eles nos chamam de animais, sendo que eles que são as verdadeiras bestas ?

Nesse caminho de fogo, continuo vagando. Até hoje, continuando achando graça em como eles são programados para sentir atração pela nossa pseudo beleza, pseudo mistério. Torpes. Nesses voluptinosos caminhos, só posso chegar a triste conclusão de que a traição fede como esterco. E, apesar das minhas belas e sutis lembranças, você além de abandonar, traiu-me.
Não sei se ligo mais. Lembro daqueles formosos tempos de primavera, a glória da manhã pegando o seu azul mais belo e, nós, gastando tempo livre naquele parque. Eu dizia: "Perdão é uma benção, temos de perdoar a tudo e todos, ninguém possui consciência de seus atos até poder visualizar de fora, transforma-me e verás que estou correto. A única coisa que não é divina, que não é digna de perdão, é a traição". Risos grotescos saem do mais profundo do meu ser.

Todavia, eu estava certo. Na verdade, não sei. Eu preciso continuar a acreditar, se não, não há mais motivo para perambular. Apesar de tudo, o ser humano ainda me encanta, ainda tens imbrogliado-me.

Estou farto de pensar, de filosofar. Eu não consigo mais dormir, Anabelle. Como gostaria de acordar daqui 500 anos assim como fazíamos quando ajudávamos o cúpido a achar sinceros corações. Será que tu ainda recordas do dia em que brincamos com as Ninfas ? Ou do dia que os Sátiros tocaram aquela doce melodia na Flauta Doce para nós ? Eu me recordo de cada detalhe, de cada lembrança. Sonhei com você essa noite, Anabelle. Se você deseja aparecer novamente em minha vida, estou no Brasil. Não seria novidade tomar consciência de que você me observa, esse alimento não me deixa ter suas vantagens. Destarte, estou pedindo, Anabelle, volte para mim... apenas me explique o que será que fiz de tão bestial para você me trair e me largar como traças devoram os meus diários e meus livros.

É apenas uma súplica, minha tão nobre e estimada. Anabelle.

17 abril, 2010

A respeito do fato da ingenuidade, da inocência ter se tornado um pecado enquanto, por sua vez, seus antônimos imperam. São Paulo, 2h45min. 16 para 17 de Abril de 2010.

 Secou. =( 3h13 olhando para o relógio como um troxa.

14 abril, 2010

Continuo pensando as mesmas coisas, André. Porém, hoje estou menos triste =)
Deu vontade de ressaltar com esse post, apenas para um dia recordar.
Lol como sou troxa ^^'

13 abril, 2010

Adieu, je te vois dans le recommence


Recordo-me do dia em que disse: "seus olhos causam medo, remetem-me aos olhos de um cão quando relampeja no escuro da noite". Ah, meu doce rapaz, há tanto tempo fomos e somos amigos. Mesmo as interpéries da vida não são capazes de destruir o que temos. As cores que enxergamos, a análise de cada ser, as confusões e a romantização da vida, só nós somos capazes de perceber esse univerno infinito, além do tempo e espaço, que criamos com o passar dos anos.
Somos como o Elétron e o Próton, não vivem um sem o outro, mas é necessário a eterna busca ao equilíbrio. Porém, o que na vida não é assim ?
Eu fico olhando a confusão que fiz. Você era apenas uma criança e eu o abduzi para a minha nave, tentei te dar ao mundo e ao mesmo tempo tira-lo de ti. Quanto mal eu fiz a essa criança, criança a qual cresceu perdida, precisou morrer para trazer a vida novamente. Porém, deixei intrínseca uma idéia de vida muito diferente da real, e precisei voltar com minha nave para atualizá-lo. Se eu pudesse mudar sua mente, se eu pudesse mostrar-te que tudo está em constante mudança, que assim como as estações mudam, tudo que faz parte da Natureza muda com ela.
Eu sou frio como a neve, mas isso não me tira de parte das estações. O meu frio representa um grande desafio, raras as pessoas aguentam tamanha nevasca, tamanhas avalanches.
Eu nunca quis causar esse vício em você, essa maldita idolatria, mas essa noite você entendeu, creio eu que você entendeu.
Eu tentei recuperar o tempo perdido, só Deus sabe o quanto lutei para reparar o mal que te fiz. Não podemos voltar no tempo, mas podemos reconstruir um presente para que o novo passado seja melhor que o mais antigo. Nessas pequenas vinte e uma palavras há tanta sabedoria adquirida que eu mesmo esqueço que apenas uma vida solitária seria capaz de adquiri-la. Eu sou um louco, eu sou um eremita, eu sou um eterno insatisfeito, filósofo que tenta sempre ser o mais humilde e feliz possível. Porém, você feriu a minha liberdade a partir do momento que derrubou a sua. Você crê que te ensinei um monte de coisas, que sou um mestre, que sou o detentor das palavras e da verdade. Todavia, estou bem distante disso. Grande parte de tudo que aprendi, foi com você, você apenas não soube discernir e aproveitar na hora. Tenho consciência do alívio que ambos sentimos agora. Um peso de quatro anos não é pouco, meu caro jovem.
Mas, perca essa dependência das pessoas. Elas não merecem tanto. As pessoas servem para trocas, se não há mais o que tirar de bom nem o que dar de bom, caia fora. Isso não é tratar como objeto, apenas nascemos para ensinar e aprender. Uma boa vida é a vida repleta de sofrimento e conhecimento, o resto é pó, é vaidade.
Você sabe disso, por mais interno e oculto que esteja em você. Quem me ensinou isso, acima de todos, foi você. "Eu serei um ombro para você chorar, eu serei um suicida, eu serei melhor quando ficar mais velho, eu serei o maior fã de sua vida.". Precisamos deixar que as folhas caiam, é outono, o solo precisa de renovação para construir melhores alicerces para o futuro.
Não é fácil, mas preciso respirar, sem você, mas eu preciso.
Sinto-me perdido novamente, sem saber que sempre terei alguém para dizer as coisas que eu gosto de ouvir. Mas, se as coisas que eu ouvia não eram sinceras, prefiro que seja assim.

Fomos ao topo do mundo, exploramos tudo que duas crianças gostariam de mungir de suas infâncias. Corremos de assaltantes, de zeladores, da chuva, de nós mesmos, fomos à água semi-nus. Consigo sentir agora o vento bater, pela primeira vez, em tanto tempo, de frente a minha face.
Eu não estou bem também, mas isso foi apenas um agravante para tantos anos de pesos e sujeiras abaixo do tapete. Eu preciso de novos ares, novas pessoas, novos sentimentos, novas cores, e você não pode me dar isso. A culpa não é sua, não é de ninguém, apenas eu poderei buscar por isso, sozinho.

Eu não sei mais o que escrevo. Minha fonte de inspiração secou há meses, e isso apenas oprimiu ainda mais os meus sentimentos. Estou deprimido, não consigo mais escrever, não consigo mais assistir, não consigo mais ouvir, não consigo mais ler, não consigo mais tocar. O que está acontecendo comigo ? Sinto-me perdido e ao mesmo tempo tão rico de energia para compartilhar.
Como diz o dito popular: "quando Deus fecha uma porta, abre uma janela". Espero que essa janela seja uma nova manifestação, um novo alguém, pois eu estou farto de chorar, estou farto de reclamar, estou farto de carência. Até a arte não podem tirar de mim.

Eu possuía idéias bem diferentes para escrever, sempre possuo idéias de escrever algo muito interessante e artístico, mas só quando estou com a mente em frenesi que consigo escrever algo belo e útil, então é melhor parar por aqui.

30 março, 2010


Coletei uma vida de espera à Lua. Ansiei o amor, os sonhos, as divindades e os elementais. Consegui ! Mas como diz o sábio, quando solucionamos os problemas, respondemos às questões, novas questões, problemas e horizontes eclodem a nós.
O tempo amortece, mas machuca se o preparo não foi saudável. Certa vez, a formiga obteve seu sucesso por lavrar a terra, e o infindo inverno veio a calhar. Formigas vivem, cigarras morrem. Seria eu uma cigarra francesa ?
Cinderela preparara suas vestes e seu alvoroço, Cinderelas vivem.
Por que abandonei-me no momento do preparo ? Dedicar uma vida a Selene, Ísis, quando meu destino era Hélios, Rá ? Soa patético, soa oprobrioso, sórdido.
A verdade é que todos sofrem. Ai daquele que não sofre, digno do maior enternecimento, és uma lástima. Compreendo o poder do sofrimento, das sãs ações, pois uma vida boa é repleta de sofrimento e de boas ações, o resto é pó.
Por que sou bloqueado de praticar caridade ? Por que quando ideara e, ainda ideio, tamanha benevolência, apenas acolhi insânia ?
Louco sou eu ou as mulheres ? Louco sou eu ou a sociedade ?
Quanto de sanidade ainda resta aos mais loucos e sábios ?
Analisar e filosofar não levam a lugar algum, se você não encantar a serpente. Invejo-te, doce mineral. Se eu pudesse subsistir, suceder como tu, exaltar-te-ia, melífua Mãe. Como parece gentil não cobiçar. O vegetal cobiça a sua evolução, o animal cobiça a força alheia, porém ti, meu doce mineral, apenas possui a mais imaculada essência. Entretanto, um dia, há muitos séculos, fôramos minerais. Por mais absconso que estejam nossas quintessências, para que hajam, é necessário excetuar o máximo do íntimo, do Ego, de si mesmo, dos outros.
Não desfruto de tanta energia como teratologi um dia, porém, minha fé é infinita e eu sei que, após a neve, o fogo, o furacão e a chuva de terra, o Julgamente terá sua Aurora.
Apenas posso, no momento, desfrutar desse ambrosíaco ensejo, tamanho qual, que os sonhos irão ser tornar realidade.

Cada qual possui o seu cargo, a sincronicidade é tão prima, não há como questionar ou julgar. Careço de purificação pessoal, mas tomo consciência de que é minha função abandonar as idosas bases através da dor. Deus das riquezas e tesouros escondidos, por mais prostrado que fiquemos, possuímos sempre a polaridade. E podemos ser condenados por nossos avós, irmãos, ninguém gazofiliará o nosso direito de pensar, de estudar, de ter nossos méritos. Possuímos a energia da transmutação, somos "aitho", o fogo é nosso. Possuímos os desafortunados, como nós, como companhia. Somos competentes em nossas vinganças e maldições, mas peço-te, meu tão estimado Regente, que não nos deixemos recair ao fruto maldito, a serpente, ao putrefato. A destruição e a morte são nossas, a Morte é nossas, mas apenas para arquetipizar a regeneração, a nossa tão bela filha, nossa Fênix. As mudanças são nossas, logo, graças ao Almo só podemos agradecer tamanha bondade. Ele jamais esqueceria de nós. Nos sentimos desvalidos, mas somos tão ricos como todos são. Nem mais nem menos, a Roda é muito reta, imparcial, racional e severa. Somos todos iguais, no fim. Por isso, faz-se mister salientar que a vida é o momento de aproveitarmos para chorar, para sofrer, para estudar, o resto ? O resto é pó, meu caro. Somos complexos, instáveis, resolveremos isso e tudo sozinhos e sem ajudas mundanas, possuímos o mundo, mas não possuímos a nós mesmos. A única coisa de que possuímos é ti, meu pai. Por favor, apenas suplico-te o meu perdão.

Tamanhas asneiras em uma cálida noite de inverno. O cigarro, o frio, o vento, pó. Os risos, o Ego, o sexo, pó. Os reis, os políticos e os empresários, pó. Precisamos estudar, agora, a vida, não o pó.

Minha formosa Lua, jamais esquecerei de ti. Caminho agora, em direção a Rá. Talvez demore a nos encontrarmos novamente, mas certo estou que é o certo a se fazer. Um dia, na coniunctio nos encontraremos, e será cândido, nobre, pulcro.

Não possuo mais vontade de escrever. Falei falei falei, e ... nada. Apenas irei aguardar o renascimento.


05 março, 2010

A cada duas lágrimas, um sorriso.
A cada dois erros, um acerto.
A cada dois gritos, analiso,
Por um acerto, dois desacertos.

Indiferente, a mim, é a tristeza, a desistência. Não me importa mais grosseria ou livraria, desejo é a ambrosia.
Do infinito ao zero, até o zoroastro alcança o alabastro. Do falcão ao gavião, da serpente ao dragão, do lobo à coruja, não importa, apenas não fuja.

Esse é o texto do início. O início de uma jornada. Não sei se prazerosa ou pecaminosa, porém, qualquer mérito passa pela tortuosa. Sim, a tortura tridimensional, chamada de loucura quadridimensional.
Não deixemos o ouro recair a prata, magnum misterium do poder, dê-me força, sabedoria, serenidade e disciplina.

O mago do início, abençoa-me. Papiza, dê-me sabedoria; Ó minha Imperatriz, clamo-a por paciência; Meu grande Imperador, dê-me autoridade, disciplina e firmeza; Meu grande poder, nunca deixe a Espiritualidade esvair-se de minhas mãos; Enamorados, amores são necessários, mas não me deixem despedaçado; Carro, guia-me para o sucesso da Justiça, que recompensará os meus méritos e perdoará os meus desvios. Que, mesmo no modo laboratorial adquirido, eu nunca perca o meu Eremita interior, que eu firme a minha caverna que tão explorada foi, está e será. A roda seguirá, voltará, mas diz que a Arte encontrarás. Dê-me Força para que assim seja e, mesmo Enforcado, que todos sejam na hora de fazer o Bem. À Morte, desejo muito especial, um pouco de aconchego e, muita renovação. Com a Temperança chegarei ao Final, mas que terminemos o iniciado. O Diabo cairá, se o Bem não despertar. Que a Torre sempre seja a Casa de Deus, onde vive o meu coração. Que agora e sempre eu seja guiado por fortes, brilhantes, opulentes e divinas estrelas, guiando-me ao Bem Maior. Que a Lua me dê sonhos onde eu aja de verdade, que dê imaginação e criatividade para o meu verdadeiro mundo mais real do que o tridimensional. Lua, peço-te o poder de materializar os pensamentos intensos, bons ou ruins, para eu poder melhor interpretá-los.
Sol! Ilumine-me! Estamos quase chegando ao fim e o recomeço. Dê-me a Grande Sabedoria, Luz, Paz de espírito e desperte em mim o Grande Poder.
Que no Julgamento eu possa, enfim, entregar uma boa colheita. Que os frutos sejam notáveis e que toda transmutação tenha sido feita. Assim, a Morte a Ressureição irão me ajudar (Ó doces águias e serpentes, queridos amigos).
E enfim, o Mundo que termine isto tudo que, sem sentindo algum, ou talvez sim... Felizes para sempre.

E o Louco ? O Louco sou eu. Devaneando, conversando, pirando, no meio de todos os outros.

Minha doce Camelot...

13 janeiro, 2010

Polaridade.

Eu não vou negar, entendo a Lei. Utilizarei como recurso a humildade do mais profunda da minha alma. Eu entendo, juro que entendo e respeito. Se alguém cumpriu, significa que preciso cumprir. É tudo claro, perfeito, natural, óbvio, sincronizado. Mas... também entendo que não foi uma pessoa polar que fez a Lei, foi simplesmente o criador. Mas, não seria idolatria dizer que o próprio criador não pode se arrepender ? Entendo, longe de mim querer desrespeitar, não quero, juro que não. Estou apenas filosofando para chegar a uma conclusão, peço às entidades e ordens que relevem isto, que não considerem. Mas... a partir do momento que ... ok, eu assumo, a Lei é perfeita, e tão perfeita a ponto de ser impossível até questioná-la. Eu entendi. Peço somente tempo para assimilar. Posso exterminar serpentes, mas além da águia, também sou a serpente. Deixe-me colocar essa serpente para adormecer. Peço iluminação, ajuda, guia. Será difícil, como será. Mas sem dúvida, a morte é o fim dessa serpente se eu continuar a alimentá-la. Não desejo que ela morra, ela faz parte de mim, mas simplesmente que adormeça... uma vez em constante repouso, a Águia e a Serpente despertarão.



08 janeiro, 2010

Invoco-te, Elemental escritor, das artes e da elegância. Não sei se é certo, mas gostaria de tentar registrar um pouco a respeito dos meus atuais sentimentos e, por isso, peço-te minha ajuda.

Não sei direito o sentimento dentro de mim. Saudades? Amor? Raiva? O que leva alguém a dispersar seu encanto, receber o outro, amar e ser amado e... fugir ? Jamais compreenderei tal fato. Possuo maiores certezas de que é o melhor para mim, mas... não precisaria ser tão complicado.

Luxúria, encanto, amor. Onde está aquele poeta que vivia dentro de mim ? Estou farto de suicídios.

Apenas este relatório, prosseguindo... ficará insuportável ao ponto de deletar. Isso não possui a minha cara, realmente não possui. Boa noite.

06 janeiro, 2010

A dor é o cárcere d'mi alma

O luar encontra-se cheio,
Cheio como o meu coração:
De saudade. De choro. De vazio.
Será que quando o clamo, há recíproca?

Óh como dói amar-te.
Amar e ser amado,
Fruto de um flerte proibido,
Se me amas, por que não assumir-te?

Por que dói tanto a ausência de sua voz,
A ausência do seu cheiro, de sua pele.
Por que o seu vazio não me completas ?
Maldito és o vício que tu me deixaste.

A dor é o cárcere d'mi alma
A ira, acima de tudo, apossa-se de mim.
Por que, ao tentar gritar, minhas cordas só exalam silêncio ?
Por que, ao tentar chorar, a ângústia é maior do que as lágrimas ?

Fatigado. Encontro-me fatigado de te amar.
Cansado de fumar, cansado de chorar, cansado de sofrer.
Por que é tão difícil compreender que você já não é mais jovem ?
Por que insiste em querer embriagar-se e seguir em direção ao fim ?

Sob ao cheio luar,
Redijo-te esse desabafo.
Com dor n'alma, que aprisiona teu coração,
Com dor em meu coração, que possuis, apenas, a tu.

~


Psicografia


Óh doce mestiça,
mescla a Lua com a água.
És tão bela, possui tanta formosura.
Donde de seus mares naveguei ?


Óh vida como és cruel,
Enquanto muitos a clamam,
Outros a possuem em demasia
Mas, quando que viraste pecado encarar a realidade ?


Óh meu querido Morpheus,
Como me daste sonhos belos.
Possuo excesso de sonhos e emoções.
Porém, pouco de razão e crelos.


Trago meu cigarro,
Companheiro de tantas noites e pitangas;
Peço-te perdão, pequena. Mas o meu coração,
não pode possuir a quem já possui dono.


Espero que aceite este protótipo
de poesia
Como uma bela canção de ninar:
Sublime, fantástica.


Nunca deixes de sonhar por quão cruel é a vida...
A vida não é cruel. Nós é que somos.
Não possuo o desejo de ser,
Não. Não com você.


O meu coração pertence a outrém.
Não é por escolha, confiaste em mim.
Porém, pertence, e como sofrides por isso.
A nossa amizade é nosso ouro,
Não deixemos recairmos à prata.


Como o cromo que colore nossa vida,
Tento redigir essa canção.
Não desistas do seu sonho,
assim como não desistirás da razão.


Cresçai, apareçai! Muito me apetece o crescimento,
pois com o amadurecimento, o fruto cai e cria a vida.
Encerro ao luar cheio e opulente/brilhante, enigmático, assim como tu,
Uma rosa, um cigarro, um lap top.
~