Sempre estarei buscando os meus sonhos

26 julho, 2010

Não é uma questão de não tentar. Os erros servem para aprendermos. Com o erro, a culpa. A culpa serve pra repetirmos o erro que nos botou em encrenca, ou simplesmente voltar e aprender a seguir em frente.

Nós tentamos sempre e sempre ficar a par da situação, tomar o controle e fazer tudo ficar bem. Não contamos com o imprevisível, com as alterações emocionais, com a brincadeira dos karmas e dos astros.

A verdade é que tudo começa, cresce, atinge o seu ápice e cai. Cai de uma maneira colossal, épica, trágica. Eis a Lei da Entropia: destruição para reconstrução. Porém, o mais difícil para as pessoas é perceber em que estágio as coisas estão. Pessoas não estão interessadas em descobrir a si mesmas, elas querem conhecer o outro, o macrocosmo, antes de conhecer a si mesmo, o microcosmo.

Você só terá empatia em ver que algo não é ‘frescura’ diante da sua reação, quando você entender a sua reação. O segredo da empatia, acredito eu, está em conhecer a si mesmo, identificar-se ou, pelo menos, entender a força geradora de um sentimento, de uma força, de um acontecimento para, aí sim, saber lidar com isto.

Creio que estou na queda e, se eu realmente quiser produzir algo útil e que faça algum bem a minha própria existência, eu preciso reconstruir e aprender, chega de repetir tantos erros. Meu pai sempre disse: “Errar é humano, repetir em um erro, é burrice.” Talvez seja um tanto radical, mas é verdade. Precisamos errar, errar, e não importa se foi uma ou oitenta vezes, precisamos é aprender com os nossos erros. Com o erro, vem a culpa e o arrependimento, a dor. Mas esta é a função desses termos tão abrangentes e, ao mesmo tempo, vazios em significado: aprender a seguir em frente de uma maneira melhor. Não seríamos humanos se não errássemos, mas estamos voltando a primitividade se percebermos e nem sequer tentar erradicar.

Talvez eu esteja sendo muito radical e inquisitivo, intransigente até, mas não é isso. Todos erramos mil vezes, é verdade. O que quero dizer é que errei durante quase uma vida inteira em uma mesma ação, que não cabe digitar aqui. Porém, eu a percebi faz cerca de 2 anos. Continuei errando, sofri denovo, denovo e denovo. Estou farto de sofrer ! Preciso fazer algo para erradicar isso, e para eliminar a peçonha da serpente, é necessário sugar todo o seu veneno, eliminar o mau pela raíz.

Estipulei a meta. Estou árduamente tentando cumprir. Essa é uma semana de luta, de batalha, mas eu sei que irei conseguir. Sinto o fogo em meus olhos, a chama que alastra por cada poro de minha cútis. É natural que haja muito sofrimento, mas eu já decidi, e irei sofrer se não seguir algo que decidi.

Por muito tempo, permiti que os outros tomassem decisões pra mim. Só Deus sabe o quão difícil é, para mim mesmo, admitir isso. Mas é a verdade cruel: por muito tempo tive medo de magoar as pessoas e tomei as escolhas delas, não as minhas. E chega ! Estou cansado disso ! Com razão, ou não, sei lá ! Só sei que estou cansado. Eu tomei uma decisão, e por mais que doa, doeria mais (e eu sei como isso dói, pois já passei por isso) se eu não optasse pela minha própria opinião. É uma libertação, é uma dádiva que me foi concedida para recomeçar, para aceitar mudanças, para plantar sementes boas e erradicar as ervas daninhas.

Pois bem, este é meu desabafo matutino, e foda-se, nem sei o que estou escrevendo, deve estar uma bosta ortograficamente e legivelmente (nem sei se essa palavra existe), mas é isso.

Com força,

Morphir

25 para 26 de Julho de 2010 às 05h47.

20 julho, 2010

O lobo e sua presa

Não importa o motivo, seu único ímpeto é a destruição. Não lhe resta sentimentos, não lhe importa o grande acúmulo de sangue. O que ele deseja é a morte. Sua caça não é moral, virtuosa ou cumulativa. A única função de seus homicídios é ser o que é, seguir seus instintos.

Deparei-me, há pouco tempo, com a brilhante conclusão (de um grande gênio, é claro) de que o homem é o único animal que precisa descobrir qual é o seu sentido, o seu instinto, o seu motivo de existência. Não estou com vontade de devanear a respeito disso, só sei que concordo em número e grau. Destarte, venho questionando-me qual é o meu instinto, como posso erradicá-lo, como posso reparar tanto mal.

Não importa se o fogo causado por você é oriundo de um fósforo ou de uma bomba nuclear, o fogo sempre irá se alastrar por todo o local, queimando, convulsionando, dilacerando sem pena nem dó. Estragos não são mesuráveis, sentimentos não são mesuráveis. Não há mais competição ou comparação, há apenas a destruição, e não importa o tamanho, pois que o tamanho depende de seu referencial, o que é infinito.

A essência das coisas é que vale. A garota tornou-se uma vagabunda. Foi a maneira encontrada para tentar juntar pedaço por pedaço de seu coração devorado por ele. Está certa ? Não posso julgá-la, não sou eu (graças a Deus) que estou vivendo em sua pele. Todavia, é por este motivo que existem regras e toda regra deve ser seguida.

Mas não é também animalmente comum o impulso de transpassar limites ? Eis o horizonte antropológico. Porém, acredito que isso que significa realmente, e literalmente, ser humano. Lutar contra o lobo que habita em seu coração segundo após segundo, quer você esteja mergulhando na luz astral, quer você esteja vivendo aqui a sua personalidade.

Ultimamente, ouvi coisas que realmente machucaram o meu ser. Porém, um espelho que reflete, não pode protestar ou reivindicar direitos quando um outro espelho é exposto à sua frente. Doa o que doer, é necessário deixar a fratura exposta para a moléstia poder respirar. Isto não impede as ações do ar, dos micróbios, do oxigênio corroendo a carne morta. Seria um sacrilégio dizer que não há dor, mas é o que é. É com as dores que são geradas as cicatrizes: doces selos que, eternamente, lembrarão-lhe a lição aprendida. Eu gostaria mesmo é de saber selar isto no microcosmo.

De qualquer maneira, estou devaneando e, como dito anteriormente, não possuo este objetivo. Só sei que todo ato destrutivo afeta a todos em seu Universo. Os atos auto-destrutivos afetam apenas a você, ou talvez uma ou mais outra pessoa, mas a destruição ? Fere a todos que estão a sua volta. O lobo encontra-se farto de destruir todos a sua volta, em qualquer momento de queda. Ele deseja agora saber manter-se firme, forte como é, respeitável, grandioso, majestoso, opulente e imponente como é. Como prosseguir ? Qual é o seu diagnóstico ?

Lágrimas sem fim. A bola rola e rola. Não importa mais o risco de uma Avalanche ou de um Terremoto, qualquer mínimo movimento sempre será a alimentação de um estado que já se encontra caótico. Porém, eu sinceramente indago a mim mesmo qual é a solução para uma avalanche. Chego a conclusão de que, como tudo, é fundamental eliminar o mal pela raiz. Se cada vez mais as bolas de neve são formadas, é preciso eliminar a força geradora dessas destruições. Suicídio? De certa forma, pode-se dizer que sim. Mas assim como é necessário extirpar com a boca toda a peçonha tóxica da serpente negra e maligna, é mister acabar com o que produz isso. E o que é isso ? Mentiras. É necessário acabar com todas as mentiras, não importa o quanto doa, destrua ou rasgue a ferida já exposta. Qualquer coisa é possível de se passar por cicatrização, mas primeiro, é essencial que se elimine o veneno que destrói as células.

Redijo então, agora, às 4h14 de 20 de Julho de 2010, a minha lista de metas para a recuperação total da sanidade consciente.

  1. Explicar à gentil senhorita que se não chove em uma região, o vale não pode estar sedento de água, mas pode desejar apenas um dinamismo atmosférico. Desculpar-se, ouvir o seu triste desespero, mas explicar detalhadamente que não é por a grande mãe não ter despertado o desejo mútuo que não há sentimento, apenas não é recíproco em grau, tamanho e forma.
  2. Explicar ao cavalheiro que, em uma viagem conjunta, se um decidiu optar pelo caminho destro, não é um ato egoísta não poder acompanhá-lo. Qualquer decisão tomada de coração é, sem dúvidas, precedida de pensamentos sob todos os aspectos. Pode ser que doa ao senhor tomar ciência de que estão diantes de uma bifurcação, mas, de certo, vale mais uma escolha prudente e sem arrependimentos, do que um risco que leva ao abismo e a morte, onde o arrependimento e a escuridão reinarão eternamente.
  3. Começar e terminar toda a tragada sábia de sabedoria (não é pleonasmo, você sempre irá entender esta frase, não importa quantos séculos se passem), para adquirir a ousadia, o silêncio e a prudência. A razão não é um frio reptiliano, é o calor que acende a chama.
  4. Alcançado o mais profundo da toxina, irá realizar a tarefa mais difícil: publicar a verdade à Árvore, a verdade mais profunda e vergonhosa e, diante de seus méritos, sinceridade, compaixão e tarefas cumpridas, o mal não irá vencer.

Este é um texto para mim. Quando digo para mim, é do mais profundo sentido de ‘para mim’. Se você leu isso, perdeu seu tempo, pois foi escrito apenas para mim, ou seja, você jamais irá entender.

Luz e Paz no meu coração, a jornada é repleta de pedregulhos, obstáculos míticos que soltam chamas de seu coração. Não importa, irá vencer por ousar o que é certo e calar com discernimento.

Tenha uma boa viagem, Artur.

 

Depois de um tempo, aprende-se a saborear e gostar

06 julho, 2010

Esperança

06-Os-Enamorados[1]22
        Não sei como começar este texto. Temas abstratos, normalmente, são árduos para expressão humana. Talvez seja insanidade em minha mente constantemente nevrostênica. Talvez não. Ora pode ser por eu ser escorpiano, com ascendente em peixes e lua em virgem, ora não. Mas a verdade é que sou o que sou. Sempre tentando, desde que me conheço, conhecer a confusão que é a minha existência. Destarte, pode ser por isso que eu possua tamanha facilidade e apreço pelo incompreendido, pelo mistério, em ver o impossível como possível, naturalmente que materializam-se, tomam a sua quarta forma.
         Os pensamentos são essa materialização, o Imperador (4). Tomam sua forma, tornando-se imortais. Já ações, creio que são como o segundo arcano do Tarot, A Papisa, é o conteúdo da forma, mas podem morrer, podem ser mortais.
         A âncora Cristã (e não cristã) é formada pelo triangular:

                                                          Fé
    

                              Esperança                      Caridade

         Eliphas Levi dissera: "Todo poder mágico está no ponto do equilíbrio Universal. A sabedoria equilibrante está nestas quatro máximas: Saber a verdade, Querer o bem, Amar o belo e Fazer o que é Justo. Porque a verdade, o bem, o belo e o justo são inseparáveis, de tal forma que aquele que sabe a verdade não pode deixar de querer o bem, amá-lo porque é belo e fazê-lo porque é justo.
         O ponto central na ordem intelectual e moral é o laço de união entre a ciência e a fé. Na natureza do homem este ponto central é o meio pelo qual se unem a alma e o corpo para identificar a sua ação. Todo homem está destinado a atingir este ponto, porque Deus deu a todos uma inteligência para saber, uma vontade para querer, um coração para amar e um poder para operar."
         O mesmo se aplica a âncora Cristã: é necessário ter Esperança para o êxito, a Caridade para consolidação, Amor para a Fé e a Fé para a realização. Temos uma inteligência para saber que somos todos Um, logo, seguindo a Correspondência, sendo caridoso com o próximo, tornas-te caridoso por si mesmo; temos o sentimento de Esperança para querer, desejar, esperar e um coração para realizar tudo pelo Bem Maior, trazendo à tona o poder da Fé.
         Quando o assunto é abstrato, impalpável, é um sentimento ou se trata de misticismo, ou melhor, quando um tema trata-se de Fé, e não de Ciência, é como se estivéssemos em um infinito Oceano e, por acaso, um perdido companheiro pedisse para provar o horizonte. Não há como provar o horizonte. Encontrando a harmonia entre o seu ser, a sua existência, o seu coração, o seu sentimento, todo o seu ser interior com o exterior, prova-se a si mesmo a razão do horizonte. Mas isso depende de cada um, de seu coração, de sua visão.
         Todos nós vivemos em uma jornada infinita onde todos estão sozinhos, para poder descobrir que todos são parte de um só. Há certas coisas que para se falar depende, e muito, de suas vivências, experiências adquiridas. Não adianta o cego explicar a cegueira para aquele que nunca a teve. O verdadeiro sábio dá a resposta, mas selada em meio a figuras de linguagens, símbolos, para não retirar a oportunidade de escolha de quem o procurou. Gosto de falar de Jano, o deus menor grego das portas, das escolhas. Associo-o também ao arcano do Tarot dos Enamorados (6). Sempre que se segue um conselho, se retirar o livre arbitrio do locutor, não é um conselho, é um assassínio. Cada um precisa enxergar o seu caminho por si mesmo para que, no futuro, todos se encontrem na linha de chegada.
janus08[1]33

         A esperança consiste justamente na linha de chegada. Não importa o que aconteça, não importa as adversidades da vida, "enquanto há fé, há esperança". As pessoas que possuem diligência, fé, não desistem. Pode a chuva cair, mas qualquer tempestade tem fim. As pessoas sempre possuem a Esperança de conseguir alcançar o objetivo, o caminho que almejam.
         É um sentimento presente em cada um de nós, todos já a sentiram, sentem e irão sentir. Mas não há como explicar-lhe. A esperança, a fé, a caridade e o amor são intrínsecas, inseparáveis, pois é como um tripé: retirando-se um pé, todo o objeto encontra a queda.
         A esperança é a Luz, a Força que nasce dentro do mais profundo do nosso ser, desconhecido até por nós mesmos, que nos move, que nos dá Coragem para seguir em frente, para separar o Joio do Trigo, que nos dá foco para realizar, com êxito, nossos objetivos.
         No dia-a-dia, creio que a Esperança está em nossa Criação. Vivemos em um mundo frenético, louco, ávido pelo exibicionismo, pela vaidade, pelo pó, pelo materialismo, cada vez mais no fora, e cada vez menos no dentro. Acredito que a esperança, dentro de mim e, de certa forma, em todos, está em cada dia poder criar um refúgio a tudo isso. Em poder criar a própria personalidade, o próprio modo de ser, viver cada segundo de uma maneira nova, por meio de conhecer. Acredito que a Esperança nos leva ao amor próprio, uma vez que nos ensina quem somos, nos faz parar para refletir e fitar o quanto mudamos, amadurecemos, evoluímos e crescemos. Paramos para refletir nas interpéries da vida, e não nos momentos bons. E são nesses momentos de tristeza, de possível perda, nessas chances de recomeço é que se dá uma nova chance a si mesmo, e é aí que nasce a Esperança: de dentro nossos corações. Colhemos o que plantamos, disso todos nós sabemos. Mas é muito difícil refletir e encarar cada situação, cada ação, pois que, como dito anteriormente, o pensamento é imortal, mas a ação, mortal. Se nos isolamos para estudar, para nos entender e, depois nos sentimos sozinhos, não sabemos o motivo. É na tristeza que nasce a Esperança, uma vez que quando se está alegre, há uma aparente visão de harmonia, de sincronicidade, de objetivo alcançado. É na tristeza que encontramos os obstáculos em frente aos nossos pés, na estrada. É na tristeza que pensamos em parar e recomeçar, de uma nova maneira. Isto que difere a Fé, presente em qualquer situação, da Esperança, que nos conforta com a Fé.
         O que esqueço muitas vezes e, creio que todos devem ter momentos de queda, é que temos esperança e medo em nossa mente, onde oramos por alguém que seja iluminado e que possa nos dar seus poderes positivos. Mas, acaba sendo um pensamento como o de um dono de cão que dá um biscoito para agradá-lo, não precisamos querer agradar seres iluminados, rezamos para conseguir a aptidão de receber sua Graça incondicional. "Somos como uma bola de ferro impenetrável sem uma argola que possa ser fisgada pelo gancho de sua compaixão".
         Sempre tive um lema de vida que diz: "se está parado, faça caridade. Se está ocupado, ore". Acredito que o meu caminho para incorporar a Esperança de modo definitivo em minha vida irá se iniciar no dia em que eu realmente aplicar isso com todo o meu corpo e alma, que, com certeza, trará-me muita paz, serenidade, luz e sabedoria.
         Já foi dito, mas faz-se mister salientar que, sob a óptica espiritual, acredito que a Esperança é um dos alicerces da Fé, da Caridade e do Amor.
         Todavia, apesar de tudo, só posso usar a clássica frase: "Eu só sei, que nada sei", pois possuo apenas dezoito anos e tudo que eu ouso dizer saber e acreditar é apenas um grão de areia diante da complexidade e infinidade do Conhecimento Universal.
         Creio que, ao invés de uma dissertação, acabei por redigir um desabafo, um devaneio dentre tantos que vivem em minha mente. Espero que não tenha problemas com isso, e muito obrigado pela oportunidade concedida.
         Paz e Luz,
         Morphir


"Senhor dos Céus e da Terra! Abençoai nosso ideal, aqui e além,
…dai-nos o poder de entender a Vossa bondade, para que seja cumprido a lei.
…Dispensai o nosso ódio, para que haja alegria.
…Dispensai o medo, para que surja a coragem.
…Dispensai a inércia, para que nasça o trabalho.
…Consenti, Senhor, que o Vosso nome não fique em vão nos nossos caminhos,
…nas nossas atitudes e no nosso amor para Convosco, para com o próximo.
Ajudai-nos a aumentar a nossa fé, para que possamos doar esperanças,
…fazei-nos que nossa caridade de avolume, para que possamos doar paz,
…ajudai-nos a multiplicar a nossa fraternidade, para que possamos doar amor.
…E que, ao sairmos daqui, sejamos interligados pela luz, onde brilham as estrelas,
…ainda que distantes umas das outras.
…Que se faça a Vossa vontade e não a nossa!"
 Francisco de Assis

01 julho, 2010


Devaneios de uma mente desprisionando-se

Vermes que atravessam a pele por cada poro.
A múmia em seu desespero imortal.
Do que vale a eternidade
Se você está condenado ao horror da morte ?

Melodia nevrostênica,
Medo do predador,
Até quando essa loucura epidêmica,
Irá causar a criação do buscador ?

Pois aquele que conhece a si mesmo,
Torna-se um louco perante o mundo.
Porém, és um belo ufano
Diferente do profundo que não é oriundo.

De que vale a morte,
Se não investir na vida?
De que vale contar com a sorte,
Se não der a sua atrevida investida ?

Aqueles que não conhecem a si próprios,
Não conhecem o mundo em que vivem.
Debilitando o impróprio,
Não há mais aqueles que sobrevivem.

Louco tu és por matar,
Não por sonhar.
Louco tu és por agredir,
Não por exprimir e advir.

Esta é a Ode à Solidão,
Decrépita, Morta, Mumificada.
Pois não há abolição,
Se não houver a divisão de cada.

A Justiça é cega e equilibrada,
Todos hão de passar por Cronos,
Com sua foice maligna, sombria e justa,
Seu rosto de fêmea, que assusta e custa.

Mas não temas, gentil e pequena menina.
Cada um colhe o que planta.
Invista em sua argelina,
Que, de fato, encontrará sua manta.

Farto estou eu de digitar,
De pensar, de questionar.
Farto estou eu de surtar,
De chorar e de suplicar.

Se com a dor da alma e do coração,
A humanidade não quer me conceder o perdão
Mesmo fadado a solidão,
Eu que perdôo a mansidão, os meus irmãos.

Pois a Liberdade se conquista desintegrando a Prisão,
Quem pensa o contrário... bem, quem sou eu para julgar?
Mas de certo, o caminho há de ser muito mais em alucinação,
Do que, de fato, poder afofar e ajuizar.

Não sei mais o que se encontra no meu coração e em minha mente,
Encerro aqui o infinitésimo relato de uma mente em insano.
O mesmo laptop, a Lua que tanto muda, a Rosa que desabrocha arduamente,
O mesmo cigarro que mata, corrói e destrói, acarretando a transcendência do ufano.