Sempre estarei buscando os meus sonhos

08 setembro, 2010

Serenata ao Luar

Podem me perguntar por que me interesso tanto por tudo aquilo que não é superficial. Podem questionar-me por que gosto tanto dos desafios, daquilo que é coberto por sombras. Mas eu posso, posso sim te responder.

Eu gosto de sentir o mundo. Eu gosto de conversar com o que tem vida. Mas eu sinto vida até no que, aparentemente, não tem vida. Isso que me faz feliz. Eu amo a humanidade, eu realmente amo os meus semelhantes.

Eu considero semelhante tudo aquilo que cruza minha vida. Eu preciso de um sol em meus cabelos (preciso ter cabelos, por isso). Eu preciso de um vento gelado em minha cabeça quente de tanto pensar. Eu preciso de palavras doces que alcancem minha alma, meu coração e os meus sonhos. Eu preciso de noites gélidas e cálidas para organizar tantos pensamentos.

Sim, eu vivo para e pelos outros. A vida inteira fora uma maldição, mas não sei se é mais.

Adoro sentir a grama tocar os meus pés, o ritmo da água fluindo pelo meu corpo, o fogo que arde a cada novo pensamento, a terra em meus ossos me dando tanto sustento. Eu sou alguém que sente, eu preciso sentir.

Eu adoro a fumaça que eu induzo para dentro de meus pulmões e revelam o sentimento que sinto. Sinceramente, eu não mudaria nada que já vivi até agora. Esta é minha introduçao, este é quem sou.

Eu sinto, eu não penso, eu não analiso, eu não observo, eu só sei viver se tiver como sentir.

Os astros, o conhecimento, o céu, os livros, as amizades, as risadas, os choros, não me importa. A cada segundo que passa eu preciso sentir a harmonia que há entre a minha existência e o sentimento universal.

Sinto muito, eu não sou alguém que preciso de teoria, tampouco de prática, eu não preciso de dinheiro, eu apenas necessito para poder respirar, para poder rir, para poder olhar, tocar, sentir, ouvir e ver, eu preciso é sentir. Este é o meu sucesso, e para isso, preciso de pessoas.

Vivo para e pelos outros, pois não há sentimento melhor do que um sorriso produzido por você, um olhar grato e humilde virado a você. Por isso eu sou um médico de alma, enquanto houver no mundo pessoas que necessitem do meu apoio ou da intervenção de meus talentos, dificilmente colocarei meus próprios passatempos criativos em primeiro lugar.

É pela empatia imediata que sinto com os desprotegidos que vivo, é para reparar o que está errado. Preciso trazer harmonia e beleza ao mundo. É para isso que existo, é para isso que respiro, eu preciso viver. Meu viver é sentir. Eu transpiro sentimento, cada poro de minha pele é um sentimento. Então se você quer saber o que se passa pelo meu coração e pelo meu cérebro, não são palavras intelectuais, ou milhões de conhecimentos de milhões de livros que li, tudo que se passa em mim são os sentimentos.

Sou como o vento, não há forma, não possuo identidade. Sou o reflexo das pessoas que convivem comigo. Se o considero meu amigo, seus sentimentos serão meus próprios sentimentos. A minha melhor qualidade, empatia e compaixão, é também o meu pior defeito. Por isso às vezes alcanço a exaustão e preciso manter contato com ambientes inóspitos para poder me encontrar novamente, o próprio vento é solitário, pois dá tanto ar aos outros, que precisa de seu descanso na altitude solitária. Porém, quando as pessoas sofrem com os períodos de seca, lá estou eu, o vento, a risada, a música querendo reviver cada coração ausente.

Eu nem curto lutar muito por mim mesmo, mas sou muito feroz quando meu instinto de proteção e meu senso de justiça são despertados em nome dos outros, em nome daqueles que realmente necessitam de alguma ajuda. Eu realmente preciso de uma causa à qual me dedicar, alimentando-a com meus ideais e com minha convicção de que todos os seres vivos merecem respeito.

Por isso posso dizer que hoje estou feliz, cantando à noite, cantando à vida, esta é minha serenata ao luar, pois me conhecer é o maior desafio que já me impuis. Mas estou cansado de ser tão auto-crítico, tão perfeccionista e rígido comigo mesmo enquanto sou tão paciente com a vida e com os outros. Por isso, posso dizer, essa é a minha introdução. Podem querer me colocar pra baixo, pra cima, o vento não possui formas.

Identidades visuais, fotografias desiguais, fluxos repentinos, sou um peregrino !

Sentimentos momentâneos, amizades espontâneas, é isso que meu coração vibra agora.

Sim eu choro, sim eu dou risadas, eu não ligo mais pro que vão dizer. A vida inteira apontaram o dedo para mim, mas hoje estou feliz, hoje estou transbordando sentimentos e não há nada mais valioso para mim do que transbordar sentimentos. Por isso ria, chore, se isso é um transbordamento de sentimentos do mais profundo de sua alma para fora, transborde ! Pois, pela primeira vez na vida, estou transbordando não por amor, não por alguém, mas por mim mesmo ! E eu não poderia querer mudar nada em mim, não neste momento, pois isto é a resposta do que se passa dentro do meu coração e do meu cérebro neste momento.

Sinceridade, direto, franco, honesto, transparente, é isso que sou. Por isso eu canto, canto à vida, canto à noite, esta é minha serenata ao luar…

Clow-Back[1]