Sempre estarei buscando os meus sonhos

20 julho, 2010

O lobo e sua presa

Não importa o motivo, seu único ímpeto é a destruição. Não lhe resta sentimentos, não lhe importa o grande acúmulo de sangue. O que ele deseja é a morte. Sua caça não é moral, virtuosa ou cumulativa. A única função de seus homicídios é ser o que é, seguir seus instintos.

Deparei-me, há pouco tempo, com a brilhante conclusão (de um grande gênio, é claro) de que o homem é o único animal que precisa descobrir qual é o seu sentido, o seu instinto, o seu motivo de existência. Não estou com vontade de devanear a respeito disso, só sei que concordo em número e grau. Destarte, venho questionando-me qual é o meu instinto, como posso erradicá-lo, como posso reparar tanto mal.

Não importa se o fogo causado por você é oriundo de um fósforo ou de uma bomba nuclear, o fogo sempre irá se alastrar por todo o local, queimando, convulsionando, dilacerando sem pena nem dó. Estragos não são mesuráveis, sentimentos não são mesuráveis. Não há mais competição ou comparação, há apenas a destruição, e não importa o tamanho, pois que o tamanho depende de seu referencial, o que é infinito.

A essência das coisas é que vale. A garota tornou-se uma vagabunda. Foi a maneira encontrada para tentar juntar pedaço por pedaço de seu coração devorado por ele. Está certa ? Não posso julgá-la, não sou eu (graças a Deus) que estou vivendo em sua pele. Todavia, é por este motivo que existem regras e toda regra deve ser seguida.

Mas não é também animalmente comum o impulso de transpassar limites ? Eis o horizonte antropológico. Porém, acredito que isso que significa realmente, e literalmente, ser humano. Lutar contra o lobo que habita em seu coração segundo após segundo, quer você esteja mergulhando na luz astral, quer você esteja vivendo aqui a sua personalidade.

Ultimamente, ouvi coisas que realmente machucaram o meu ser. Porém, um espelho que reflete, não pode protestar ou reivindicar direitos quando um outro espelho é exposto à sua frente. Doa o que doer, é necessário deixar a fratura exposta para a moléstia poder respirar. Isto não impede as ações do ar, dos micróbios, do oxigênio corroendo a carne morta. Seria um sacrilégio dizer que não há dor, mas é o que é. É com as dores que são geradas as cicatrizes: doces selos que, eternamente, lembrarão-lhe a lição aprendida. Eu gostaria mesmo é de saber selar isto no microcosmo.

De qualquer maneira, estou devaneando e, como dito anteriormente, não possuo este objetivo. Só sei que todo ato destrutivo afeta a todos em seu Universo. Os atos auto-destrutivos afetam apenas a você, ou talvez uma ou mais outra pessoa, mas a destruição ? Fere a todos que estão a sua volta. O lobo encontra-se farto de destruir todos a sua volta, em qualquer momento de queda. Ele deseja agora saber manter-se firme, forte como é, respeitável, grandioso, majestoso, opulente e imponente como é. Como prosseguir ? Qual é o seu diagnóstico ?

Lágrimas sem fim. A bola rola e rola. Não importa mais o risco de uma Avalanche ou de um Terremoto, qualquer mínimo movimento sempre será a alimentação de um estado que já se encontra caótico. Porém, eu sinceramente indago a mim mesmo qual é a solução para uma avalanche. Chego a conclusão de que, como tudo, é fundamental eliminar o mal pela raiz. Se cada vez mais as bolas de neve são formadas, é preciso eliminar a força geradora dessas destruições. Suicídio? De certa forma, pode-se dizer que sim. Mas assim como é necessário extirpar com a boca toda a peçonha tóxica da serpente negra e maligna, é mister acabar com o que produz isso. E o que é isso ? Mentiras. É necessário acabar com todas as mentiras, não importa o quanto doa, destrua ou rasgue a ferida já exposta. Qualquer coisa é possível de se passar por cicatrização, mas primeiro, é essencial que se elimine o veneno que destrói as células.

Redijo então, agora, às 4h14 de 20 de Julho de 2010, a minha lista de metas para a recuperação total da sanidade consciente.

  1. Explicar à gentil senhorita que se não chove em uma região, o vale não pode estar sedento de água, mas pode desejar apenas um dinamismo atmosférico. Desculpar-se, ouvir o seu triste desespero, mas explicar detalhadamente que não é por a grande mãe não ter despertado o desejo mútuo que não há sentimento, apenas não é recíproco em grau, tamanho e forma.
  2. Explicar ao cavalheiro que, em uma viagem conjunta, se um decidiu optar pelo caminho destro, não é um ato egoísta não poder acompanhá-lo. Qualquer decisão tomada de coração é, sem dúvidas, precedida de pensamentos sob todos os aspectos. Pode ser que doa ao senhor tomar ciência de que estão diantes de uma bifurcação, mas, de certo, vale mais uma escolha prudente e sem arrependimentos, do que um risco que leva ao abismo e a morte, onde o arrependimento e a escuridão reinarão eternamente.
  3. Começar e terminar toda a tragada sábia de sabedoria (não é pleonasmo, você sempre irá entender esta frase, não importa quantos séculos se passem), para adquirir a ousadia, o silêncio e a prudência. A razão não é um frio reptiliano, é o calor que acende a chama.
  4. Alcançado o mais profundo da toxina, irá realizar a tarefa mais difícil: publicar a verdade à Árvore, a verdade mais profunda e vergonhosa e, diante de seus méritos, sinceridade, compaixão e tarefas cumpridas, o mal não irá vencer.

Este é um texto para mim. Quando digo para mim, é do mais profundo sentido de ‘para mim’. Se você leu isso, perdeu seu tempo, pois foi escrito apenas para mim, ou seja, você jamais irá entender.

Luz e Paz no meu coração, a jornada é repleta de pedregulhos, obstáculos míticos que soltam chamas de seu coração. Não importa, irá vencer por ousar o que é certo e calar com discernimento.

Tenha uma boa viagem, Artur.

 

Depois de um tempo, aprende-se a saborear e gostar

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